Qualificador em Londres - Dia 1

Sexta-feira, 29 de Maio de 2009. Cinco da manhã toca o despertador do telemóvel. Mas nem era preciso pois já estava acordado às voltas na cama. O saco - com basicamente o essencial dentro, pois a Ryanair é "low cost" mas leva dinheiro por tudo e mais alguma coisa (até têm a opção de pagar um extra para seres um dos primeiros a escolher lugar) - já estava pronto desde ontem, logo foi só tomar o pequeno almoço, vestir-me e etc. Às 7 horas encontrava-se o meu transporte à porta do edifício, pontual como eu gosto (mas nem sempre faço :P ).

Depois de chegar (a A3 gosta de andar em obras), procuro o lugar para fazer check-in. Mas pelo que parece não era preciso, pois já tinha feito o check-in online e impresso o papel correspondente. Agora percebo o porquê de check-in online :P . Mas não foi tudo em vão, pois fui informado sobre qual o portão de embarque. Ao começar a andar, ainda encontrei um amigo meu no aeroporto, e fiquei-me a perguntar que raios fazia ele ali. O sentimento era recíproco :P . Depois de trocarmos palavras, continuei a dirigir-me para a zona de embarque. Após de me dirigir ao portão (passando pela parte onde os seguranças revistam as tuas coisas), aguardei calmamente numas cadeiras que havia lá ao pé até à hora de embarque. À frente do portão havia um separador de duas filas, uma para prioritários e outra para os restantes. Aqueles que pagaram o extra para escolherem primeiro iam na fila de prioritários. Para além disso havia uma estrutura de metal que dizia "If your bag fits here its good to go." ou algo assim. Ainda pensei que teríamos de andar todos a meter lá as malas. Na hora de embarque lá vieram duas senhoras e puseram-se no balcão a rasgar os nossos bilhetes a meio por alguma razão... Mas deixaram-nos passar na mesma, e nem tive de meter a minha mala lá no sítio... Estou a ver que não eram assim tão estritos quanto o contrato fazia querer... E eu paranóico uns dias atrás para manter a mala dentro dos limites... Claro que antes de mim passaram os prioritários. Mas eram tão poucos que quando entrei no avião ainda estava quase tudo vazio. Prioritário sem pagar extra, que fixe, hein :P ?

O meu lugar era ao pé da janela, na parte da asa. Peguei na minha câmara para tirar uma foto antes de descolar, mas para minha surpresa depois de tirar a foto a câmara encravava com um belo ecrã verde. Óptimo, mudei o cartão para um maior para tirar mais fotos e afinal levo com "Green Screens of Death"... Gravar vídeo leva-me a um "Colourful Screen of Death", logo fiquei a pensar que já ia ter que andar com um peso morto na minha mochila. Só me restou encostar e desfrutar da viagem.

Descolar é sempre divertido. É quase como um salto em comprimento. O avião põe-se de um lado da pista e vai a correr até "saltar". E como estava ao pé da janela dava para ver as asas a abrir e a fechar, para aumentar a diversão. Claro que a subida também é interessante, quase como uma montanha russa. E aquelas inclinações para virar completam esta grande experiência! Agora que penso, será que era possível fazer um "Barrel Roll"... Um Boieng não é nenhum Arwing, mas sempre se podia tentar :P ...

No ar deu para ver mais uma razão pela qual estas viagens são mais baratas. Normalmente é-nos oferecida uma refeição e bebidas (menos aquelas alcoólicas mais caras). Mas neste caso para comer tinhamos de pagar. E pelo que me pareceu não era barato. Não peguei na ementa, mas quando as estavam a distribuir, pareceu-me ver um cachorro a £5. O enterro não chega aos calcanhares disto :P ! Talvez na volta peça a ementa para ver com maior detalhe... Pouco tempo depois também venderam rifas da Ryanair. Pelo que parece dão para ganhar dinheiro e viagens... Não arrisquei, mas talvez o faça na volta... Quanto à viagem em si, acho que não há nada a apontar... Bem, ia lá alunos de uma escola qualquer, talvez em viagem de finalistas.
Após passar sobre terra e mar, e depois mais terra e mar, e por aí adiante, finalmente começamos a descer. Por sorte, o céu estava cheio de nuvens, logo pudemos passar pelo meio de algumas, para melhorar ainda mais esta montanha russa! Mas o melhor fica sempre para o fim, que neste caso é o momento em que o avião toca no chão, onde este abre as asas na vertical, qual pseudo-pára-quedas a travar o avião antes de saltar fora da pista. Ao sair do avião oferecem-me um papel a dizer que poderia publicitar apartamentos, "villas", etc. meus na Ryanair. Terei isso em conta quando for rico e tiver várias casas em Londres :P .

Na saída, o caminho até ao local onde se apresentam os papéis era interminável... Será que acaharam que estávamos assim tão gordos?!? Ao chegar ao local que dizia "UK Border", tinha lá os senhores a pedir a identificação (passaportes, etc.). Já era a terceira vez que mostrava aquilo. Duas no Porto e esta agora. Ao mostrar o BI à senhora, ela olhou para aquilo com cara de quem diz "Que treta é esta?!?"... Após olhar para mim com uma cara semelhante, deixa-me a pensar que ainda ficaria na fronteira... Será que ela só gosta de passaportes? Os meus estão caducados, não teria grande sorte comigo. Mas depois de olhar mais uma vez para o BI, vai ao computador, e pouco depois deixa-me passar... Já estava a ver que teria de voltar outra vez pelo caminho interminável :P ...

Ao chegar telefono para casa para dar novidades, e depois vou comer. Para tal escolho o Burger King lá do aeroporto. Existe disto em Portugal? Sei que havia um em Pombal, mas nunca lá fui, e depois fechou... Depois de ver muitas publicidades sobre o Wooper (a hamburger, não o Pokémon :P ) nos canais espanhóis, decido-me por essa hamburguer. E ali vão £5,39 por um menu com batatas e bebida mais pequenas que os do super menu da McDonalds portuguesa... Será sempre assim ou é por ser no aeroporto? Coitados dos ingleses se for sempre assim... Por falar em dinheiro, todas as notas que me passaram pela mão têm a cara da rainha... As pessoas que conhecem as notas pelas caras bem que se lixavam aqui... A comida em si estava boa. De facto, depois da Mc Donalds australiana e as suas "maravilhosas" batatas, estava à espera de bem pior...

Depois do almoço dirijo-me para a estação de comboios. O meu hotel fica ao pé de uma estação, por isso achei o mais conveniente. Pelo caminho vejo um guarda (acho eu que era guarda) a deixar cair dinheiro, e a esquecer-se de uma moeda, acho que de 2 pence, não liguei. Peguei nela e devolvi-lha. A minha boa acção de hoje já está feita :P !

Na estação compro um bilhete e lá vou eu. A viagem exigia duas paragens intermédias, e gostaria de salientar a viagem entre a segunda paragem e o destino final, que levou um grande total de dois minutos! Nessa mesma paragem encontro uma máquina de sumos, que tinha uns sumos com cores engraçadas... Era para comprar, mas depois da minha experiência com a Coca-cola de baunilha achei por bem da minha presença no torneio que seria melhor deixá-las. Quanto à viagem em si, deu para observar a paisagem ao redor de Londres. E até deu para ver comboios a passar em sentido contrário... Com a velocidade a que iam, achei por bem não haver janelas que dessem para abrir e meter a cabeça de fora :P ...

Depois de chegado ao destino, saco do mapa e procuro o hotel. Encontro a rua, e depois procuro pelo número da casa...O problema é que o número 144, o do hotel, não aparecia... E andei lá eu para a frente e para trás à procura, e nada. Entretanto encontro um senhor daqueles que pede dinheiro, mas disse-lhe que não tinha... Se calhar teria sido melhor dizer "Desculpe, não o entendo.", mas não me lembrei... Após várias voltas, decido ir perguntar a uma loja, mas ao me dirigir lá olho para cima e zás! No cimo de um prédio vejo Hotel City Inn Express num placard luminoso. Finalmente! Mas já que estava quente de andar, e tinha o mapa na mão, decidi ir ver onde ficava o "The Circus Space", local onde se dará o evento.

Por falar em quente, um gajo vem para norte a pensar que fica frio, mas não, calor forte e feio. Nada como Montalegre para uma boa dose de frescura... Embora nesta altura do ano também não haja grande sorte por lá... Depois de tirar a camisola, continuo viagem. Por aqui as casas gostam de ser feitas com tijolo burro (ou aqueles que as fazem gostam :P ). Tive o prazer de encontrar lojas que foram colocadas no "quintal frontal" (estrutura de madeira à frente da casa de tijolo burro) em vez de ocupar o usual local da garagem. Os semáforos fazem-me lembrar dos australianos com aqueles botões para mandar parar o transito todos luminosos, que nem tenho a certeza se fazem algo ou não :P ... Quanto às pessoas, pelas ruas acho que ouvia tanto inglês quanto "estrangeiro".

Após esta grande caminhada, atinjo o meu destino. A ruela ainda é mais estreita que a Rua da Costa, mas o edifício em si parace grande e com um grande espaço aberto atrás, mas amanhã logo se verá. Na entrada tinha um papel a dizer "Due to an external event, the "não me lembro" will not be accessible during the 29th and the 30th of May.". Isto deu para confirmar que não me enganei no sítio... Ou então por muita coincidência vai lá haver outro evento qualquer, e fico a ver navios :P ... Depois de dar a volta ao local, volto para o local de onde vim, desta vez para me dirigir ao hotel.

Ao entrar sou cumprimentado pelo recepcionista. Senhor simpático devo dizer. Depois de tratar da papelada, dirijo-me para o meu quarto. Quartinho pequeno, que serve bem para o propósito e é barato. Ao chegar começo por ligar coisas para ver se funcionavam, tipo TV e luzes. A casa de banho foi um dilema. Tinha um botão na porta, mas que não ligava a luz. Depois vim a descobrir e ligava o escantador do chuveiro. Onde fica a luz então? Olhei para um fio pendurado no tecto, que se encontrava junto ao chuverio. Passagens anteriores por outros hotéis informam-me de que isto seria para puxar em caso de emergência, logo não lhe toco. Depois de explorar, tiro o portátil. As tomadas aqui são diferentes, logo saco de um adaptador que trouxe de casa... O problema dele é que aquilo que devia ser na horizontal era na vertical, e vice-versa... Raios... Precisava dele para entregar um trabalho até às 6 da tarde. Quem anda em SSD sabe do que se trata... Começo por utilizar a bateria do computador, e começo a submeter o trabalho às partes. Conseguia ter internet no quarto, logo não havia problema quanto à submissão. Claro que depois de algum tempo lá foi o PC para a toca hibernar, então pego nas coisas e vou à recepção, perguntar onde podia comprar um adaptador para isto. Por sorte havia lá adaptadores, por isso não foi necessário comprar nenhum. Já que estava lá fora, aproveitei para ir a um supermercado aqui ao pé para comprar o jantar. Ao voltar, pego no adaptador e experimento... E nada! Raios outra vez. Vou outra vez à recepção, dizer que aquele não dava, mas eles ainda tinham outro, um bicho de 10 pernas :P . Mas o bicho cumpriu com a sua função e permitiu-me ligar o PC à tomada. Depois olhei para o relógio e vi que já era tarde, logo não fiz mais nada. Tratei então de outro problema. Peguei na câmara, troco o SD que tinha - que era um MicroSD com adaptador - e coloco outro SD que trouxe, desta vez normal. Tiro uma foto e jackpot! Funcionou! Já vou poder tirar fotos e gravar vídeos amanhã! Por fim o último problema, o da luz da casa de banho... Vou ter com o fio, ganho coragem e peço socorro (ou seja, puxo o fio). Mas afinal aquilo não era para emergências, era para acender a luz. Yay!

Quarto do Hotel

Treta para acender a luz da casa de banho

Depois das grandes aventuras no hotel, ponho-me a passear pela net e a ver um pouco de televisão inglêsa... Não consegui encontrar horários nem nada na net (não é que me esforçasse muito :P ), por isso deixava estar onde me parecia bem.

A aranha!

No fim disto tudo acho que só me resta falar que fui dormir, afinal tenho de descansar para o dia de amanhã!